sábado, 23 de outubro de 2010

Um jantar artístico em homenagem a um famoso ator do teatro nacional e que faz até telenovelas

Cidades pequenas em geral possuem um restrito espaço cultural, entram em cena os ditos loucos, os sem noção, aqueles que não contribuem dignamente com sistema financeiro, para salvar ou tentar trazer esperança através das artes. Ocasionalmente falamos daqueles que acreditam na cultura, por mais fastidioso que seja em todas as cidades existem os que lutam com as espadas de papel e com o rosto pintado.




Nas duas últimas semanas aprecie algumas apresentações disponibilizadas pelo SESC, mesmo com um pequeno público os espetáculos foram espetáculos.


Na noite de domingo o espetáculo “1 (uma)”, com Mônica Siedler e Roberto Freitas, discutia sem falas o homem e o seus estereótipos, questionando quantos personagens vestimos por dia, os desejos obscuros a sensualidade e fragilidade do ser. Através dos movimentos corporais, e a sua imagem projetada, a atriz nos confundia, em pequenos momentos a distinção entre virtual e real era inalcançável. Um trabalho fantástico e como disse Roberto Freitas, realizado por uma bela equipe, no palco somente a atriz, as imagens, o projetor, luzes e som, por trás do palco um grupo enorme de pessoas que pesquisaram, organizaram e realizaram os comandos. 1 (uma) falou do homem,sem falar.

No meio da semana a Cia de Teatro de Curitiba/PR apresentou a peça “Para Luis Melo” fazendo parte de mais uma etapa do Palco Giratório realizado pelo SESC. A atriz acompanhada apenas por um violinista conduzia a conversa com o seu EU. Mais de 1 hora de espetáculo, no qual piscar muito lento seria um afronto, magnífica a atriz dialogava com ela mesmo em um jantar artístico, em homenagem a um famoso ator do teatro nacional e de telenovela, e assim percebe que está, na verdade, em uma reunião de talentos medíocres, no dia em que morreu sua melhor amiga e uma artista conhecida da cidade, durante um tempo ela viveu com toda aquele gente que estava no jantar, mas percebeu que deles não necessitava, entristecida com algo que lhe fizeram, produzia suas artes sozinha. A sensação de verdade nas falas na atriz retratava o cotidiano de todos os lugares do mundo, todos em algum momento fingem ser, sentir, enxergar.



Ótimo find a nós.

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